Criação de gado bovino: o que preciso saber?

O Brasil possui um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, e é o maior exportador. Dentre as raças criadas no país, a Nelore e a Angus se destacam, sendo que a Nelore corresponde a cerca de 80% de todo o gado bovino nacional. Isso porque a raça, originária da Índia, adaptou-se bem ao clima do país, produzindo carne de qualidade em todas as regiões.

 

Sistemas de produção

Existem três sistemas principais de produção de carne bovina:

 

Sistema extensivo

O sistema extensivo é a criação de animais em grandes pastagens, mas poucos equipamentos e mão de obra. A grande vantagem desse sistema é o baixo custo de produção, mas a oferta de pastagens de qualidade varia sazonalmente, de acordo com as condições climáticas de cada época do ano. A baixa oferta de alimento de qualidade impacta diretamente na produtividade, tornando o sistema pouco vantajoso em condições adversas. É o sistema mais utilizado no Brasil, correspondendo a mais de 75% de toda a produção de carne bovina do país.

 

Sistema intensivo

É um sistema de criação feita em confinamento, onde os animais recebem alimentação e cuidados, o que contribui para o encarecimento do sistema. No entanto, sua alta produtividade, além da possibilidade de abater animais durante todo o ano, faz com que seja vantajoso financeiramente. Além disso, a carne dos animais criados no sistema  intensivo, tende a ter características mais bem vistas no mercado.

 

Sistema semi-intensivo

O sistema semi-intensivo é um meio-termo entre o sistema extensivo e o intensivo. A criação é feita parcialmente em sistema extensivo, e a terminação é feita em sistema intensivo. Outra possibilidade é a de que o sistema semi-intensivo, ou de semi-confinamento, seja feito em situações em que há baixa oferta de alimentos nas pastagens, especialmente em épocas de seca.

Fases de produção

O ciclo de produção de gado de corte bovino se divide em três etapas: cria, recria e terminação.

 

Cria

Vai do nascimento até o desmame, por volta dos 6 a 8 meses. É um período bastante importante para a saúde do animal na fase adulta. Espera-se que, nesse período, os animais atinjam até 50% do peso que terão na vida adulta, isto é, entre 5 e 7 arrobas. Um dos desafios centrais desta etapa é garantir cuidados especiais para controlar a  mortalidade: a cura do umbigo e a ingestão do colostro. Caso o umbigo não cicatrize e se cure, pode causar infecções e, se não tratado, pode levar à morte. O colostro é o primeiro leite produzido pela mãe, que contém os nutrientes e anticorpos necessários para que o filhote se fortaleça.

 

Recria

É a fase de crescimento, e tem a duração média de um ano. É quando o produtor busca atingir o maior desenvolvimento dos animais no menor tempo, com uma dieta rica e, caso seja necessário, com suplementação. Espera-se que o animal chegue a pesar entre 10 e 12 arrobas.

 

Terminação

É a fase de engorda, e pode ser feita tanto no pasto ou em confinamento, que pode durar entre 80 e 90 dias. Como no Brasil o sistema mais utilizado é o extensivo, essa fase costuma ser feita no pasto, sem suplementação alimentar. E, como esse sistema depende das condições naturais, que são variáveis, os animais podem ser abatidos muito velhos e com carcaças menores que o ideal. Espera-se que o animal atinja até 18 arrobas.

 

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